Cid Moreira nasceu em Taubaté
(SP) e quando criança, encantou-se pela magia do cinema. Um dos primeiros
filmes que assistiu, aos sete anos de idade, foi O Garoto, de Charles Chaplin.
Na época, o cinema ainda era mudo e era comum que uma orquestra tocasse a
trilha do filme ao vivo, o que trouxe ainda mais encantamento ao pequeno Cid.
Cid, com 16 anos, decidiu que
gostaria de ser um bancário e partiu para o curso de contabilidade. Sua grande
vontade era se preparar para um concurso público para trabalhar no Banco do
Brasil.
Entretanto, durante uma festa
de um vizinho, as coisas começaram a mudar em sua vida. O evento, que teria a
presença de cantores e humoristas, deu espaço para que o futuro comunicador
brincasse com o microfone e imitasse famosos locutores da época. Por
coincidência, um dos convidados era um diretor da Rádio Difusora que, ao ouvir
aquele garoto, o convidou para um teste na emissora.
Cid, ao chegar no local,
espantou-se com o microfone em sua frente: o que imaginava ser uma entrevista
para a área de contabilidade da estação, na realidade era um teste para
locutor.
Nervoso, gaguejando e com o
coração disparado, passou no teste e decidiu aceitar a proposta. Mesmo assim,
Cid finalizou o seu curso de contabilidade.
Depois de uma brilhante carreira
na rádio, fatalmente o comunicador foi parar na frente das câmeras. Seu irmão
Célio, outro grande locutor, convenceu o diretor Fernando Barbosa Lima a
contratar Cid para um novo programa: o Jornal de Vanguarda, na TV Tupi.
Esse telejornal revolucionou a
televisão, trazendo nomes importantes como Ibrahim Sued, José Lewgoy, João
Saldanha, entre outros. Cid era o responsável por apresentar as principais do
dia e seu irmão, conhecido como "sombra", lia as notícias do mundo
político de forma misteriosa, apenas mostrando sua silhueta.
No dia 1° de setembro de 1969
Cid Moreira inaugurou a bancada do Jornal nacional ao lado do locutor Hilton
Gomes, ficando a frente entre 1969 e 1996 do telejornal de maior relevância do
país. Em 1996, a bancada do JN foi entregue para William Bonner, que a ocupa
até hoje.
Com sua voz inconfundível,
narrou os truques de mágica desvendados por Mister M, no Fantástico, e gravou
todos os versículos da Bíblia para uma coleção de CDs popularizada na década de
1990.
Aos 87 anos e 70 de carreira,
Cid publicou o livro Boa Noite. O nome de sua biografia deve-se à sua frase
"Boa Noite!", com a qual encerrava o Jornal Nacional.
Mesmo com a mudança na rotina,
o jornalista conseguiu entrar de cabeça em outros projetos, como a gravação da Bíblia,
um grande sucesso que trouxe mais notoriedade ao locutor. Em 2019, aos 92 anos
se tornou influenciador digital e hoje tem um dos canais mais acessados do
youtube.
Seja no JN, no Fantástico, no
youtube ou lendo passagens bíblicas, a história de Cid Moreira se mistura com a
história da televisão. Por isso, independentemente da época, sempre vamos nos
recordar do velho "boa noite" que fez parte da vida de milhões de
brasileiros.
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