Mirandinha fez história no futebol cearense, brasileiro e mundial. Nascido no bairro Aerolândia, na periferia de Fortaleza, Francisco Ernandi Lima da Silva, ou simplesmente Mirandinha, teve uma infância dura, como a de tantos outros jogadores profissional. Cresceu em uma família com sete irmãos, ajudando no sustento de casa. Trabalhou vendendo frutas e limpando vidros nos semáforos da cidade, além de também fazer bicos como pedreiro e salineiro. O futebol, mais uma vez, foi um elemento transformador.
A carreira começou nas categorias de base do Maguari, tradicional clube cearense que voltava à ativa. A dissolução da agremiação, porém, interrompeu momentaneamente a trajetória do garoto. Depois de se frustrar em rápidas passagens por Ceará e Fortaleza. Acabou ganhando espaço no Ferroviário. Em seu primeiro treino, ganhou nome de Mirandinha após um gol. Um gol que, para os colegas de escolinha, levava as características de um jogador em alta na época pelo São Paulo, Sebastião Miranda da Silva Filho. E o apelido perdurou.
Com uma excelente participação pelo Ferroviário nas categorias de base, Mirandinha precisou viajar quase 3 mil km para chegar ao futebol profissional. Foi na cidade paulista de Campinas que Mirandinha começou sua carreira no futebol adulto pelo time mais antigo do Brasil, a Ponte Preta.
Mirandinha viveu momentos de glórias no estádio Moisés Lucarelli. A Ponte Preta foi o cartão-postal de Mirandinha no futebol nacional. Ele passou por times como Náutico, Botafogo, Palmeiras de São João da Boa Vista, Portuguesa, Santos, Cruzeiro até chegar ao Palmeiras no ano de 1986.
Já no futebol brasileiro, Mirandinha passou por clubes como Botafogo, Palmeiras, Corinthians, Cruzeiro, Náutico e Fortaleza. No Leão, conquistou seu único título, o do Campeonato Cearense de 1991, já após retornar da Inglaterra. Mas foi no Palmeiras que ele se destacou no futebol brasileiro. Mirandinha defendeu o Palmeiras entre 1986 e 1990.
O ponto de virada de Mirandinha foi reorganizar sua vida financeiramente após um período delicado morando em outras cidades como Porto Velho (RO) e São João da Boavista (SP), com investimentos mal sucedidos, como um posto de gasolina e dívidas.
Com oportunidades apenas em times menores e em condição financeira difícil, o técnico dirigiu o Genus em 2017 de Rondônia, (RO), período que também montou uma escolinha, além de assumir o cargo de gerente de futebol do Batatais em 2019 e o Sub-20 do clube no ano seguinte.
O jogador que abriu as portas para os brasileiros no futebol inglês no fim da década de 80 quer agora reabrí-las para si mesmo como técnico. Mirandinha, aos 61 anos, tem uma carreira longa como jogador e técnico. Foram 15 clubes na carreira como jogador e 30 como treinador. Ele sonha em retornar aos gramados como treinador, de preferência no futebol cearense, onde tudo começou no Ferroviário em 1977 ainda como jogador, e também como técnico, em 1996.
Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Reprodução
Criação da Arte: Ronaldo Lima / @ronaldolima.14
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