Pessoas com Transtorno do
Espectro Autista (TEA) podem enfrentar diversos desafios, especialmente quando
se trata de aprender. Porém, muitas vezes a dificuldade não está na
aprendizagem em si, e sim na forma como ela acontece. Durante a infância,
transformar a leitura em uma atividade da rotina que também é divertida é
importante para ensinar crianças com autismo a ler.
Não há como dizer que toda criança com autismo vai aprender do mesmo jeito, mas as pesquisas científicas explicam como o cérebro delas funciona e como podem aprender melhor. Algumas são mais visuais, outras respondem mais e estímulos auditivos ou táteis.
Dessa forma, o mais importante no ensino da leitura no autismo é conhecer as características da criança. Confira nossas dicas para ensinar a leitura no autismo.
Dicas para ensinar a leitura no autismo
Não existe uma fórmula pronta para alfabetizar as crianças com autismo e essa tarefa é sempre um desafio para pais e professores. As dificuldades nesse processo podem estar relacionadas ao desconhecimento de metodologias que facilitam o ensino da leitura no autismo.
Pensando nisso, preparamos 6 dicas para te inspirar. Confira!
1ª dica: Trabalhe a consciência fonológica
Em primeiro lugar, comece trabalhando a consciência fonológica da criança com autismo através de rimas e aliterações. Por exemplo, selecione palavras que terminam com sons parecidos e use em versos, brincadeiras e músicas.
A música é um ótimo meio de despertar o interesse das crianças para a alfabetização, tenha ela TEA — Transtorno do Espectro Autista — ou não. Assim, essas atividades envolvem todo o grupo, o que é muito bom para a integração social da criança com autismo, além de facilitar o ensino das palavras.
2ª dica: Use o interesse da criança
As crianças com autismo costumam demonstrar um grande interesse por determinado tema. Fazer brincadeiras e atividades com esses temas, despertam a curiosidade e a motivação para a aprendizagem.
Por exemplo, se a criança ama carros de corrida, comece a inserir esse elemento nas atividades. Busque livros com o tema, desenhos, histórias, filmes. Use a sua criatividade para preparar atividades que despertam o interesse da criança.
3ª dica: Utilize materiais gráficos
Use estratégias de aproximação com materiais gráficos. É importante reconhecer se a criança com autismo é mais visual, pois nesse caso, funciona muito bem. Aqui também você pode incluir as preferências da criança nas atividades.
Se ela gosta de dinossauros, ofereça desenhos e historinhas com o tema no momento da leitura e da escrita. Você pode criar cartazes com a criança ou usar projetores com imagens que despertem a sua atenção.
4ª dica: Considere as características da criança
Como mencionamos na introdução deste artigo, esse é um passo fundamental para escolher as melhores estratégias de ensino da leitura no autismo. Muitas crianças com TEA têm dificuldade para escrever devido a alterações na coordenação motora fina e hipotonia.
Se ela não usa letra cursiva, por exemplo, pode usar a letra bastão. Se ela não consegue escrever nada, pode se usar um tablet, celular ou cartões com as letras e palavras. O importante é entender que essas características não impedem que ela prossiga no processo de alfabetização.
5ª dica: Atente-se à apresentação dos materiais
Apresente materiais simples para as crianças, sem muitos detalhes, pois isso ajuda que ela não se perca. Esse aspecto está relacionado com o estilo de processamento cognitivo da criança com autismo, que pode ficar presa nos detalhes.
Por isso, quanto menos detalhes as folhas de atividades estiverem, mais você irá ajudar a criança com autismo a focar a sua atenção no que está sendo pedido. Dessa forma, reduz o risco dela se perder em um detalhe e, consequentemente, o foco na atividade.
6º dica: Evite usar os pontilhados
Por mais que usar pontilhados nas atividades para ensinar as letras (as crianças vão ligando os pontos e preenchendo a letra) seja uma estratégia de alfabetização, não costuma funcionar com as crianças com autismo.
Mais uma vez, corre-se o risco dela ficar prestando atenção só em alguns detalhes, em um ponto específico e paralisar diante a atividade. O melhor é apresentar as letras cheias para ela preencher, no lugar dos pontilhados.
Fonte: Instituto NeuroSaber
Foto: Reprodução
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