domingo, 16 de junho de 2019

DEPENDÊNCIA DO BOLSA ATLETA MARCA GRUPO DA SELEÇÃO BRASILEIRA QUE ESTÁ COMPETINDO A COPA DO MUNDO FEMININA NA FRANÇA


A seleção brasileira que está competindo a Copa do Mundo Feminina na França, conta com forte apoio estatal. Das 23 jogadoras do Brasil, 17 recebem o Bolsa Atleta, programa do governo federal que ajuda financeiramente as jogadoras com pagamentos mensais. Como comparação, nenhum jogador da seleção masculina que está disputando a Copa América que começou nesta sexta-feira recebe o Bolsa Atleta. As jogadoras da seleção dizem utilizar os recursos do programa para pagar despesas básicas como compra de chuteira, suplementos alimentar e até transporte para ir aos treinamentos.

Os valores pagos pelo Bolsa Atleta variam de R$ 410 (categoria Base) a R$ 15 mil (Pódio). No caso da seleção feminina, as 18 atletas contempladas recebem entre R$ 1.020 (categoria Nacional) e R$ 3.500.

Entre as 23 jogadoras convocadas pelo técnico Vadão para o Mundial, apenas seis defendem clubes no Brasil. Atuar no exterior, no entanto, não é um impeditivo para ser contemplada pelo programa. A lateral Letícia Santos, defende o SC Sand, da Alemanha, desde 2017. Mesmo morando fora do Brasil, ela recebe o Bolsa Atleta na categoria Internacional (valores que variam entre R$ 1.020 e R$ 2.500, a depender dos resultados obtidos e do nível da competição).

Os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro Masculino, para se enquadrar no Licenciamento de Clubes da CBF, precisam manter um time de futebol feminino (tanto adulto como de base). A regra, no entanto, não garante a profissionalização da modalidade no país. No Brasil, a maioria das jogadoras de futebol é amadora. Apenas uma pequena parte tem contrato em carteira de trabalho, no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Por isso, muitas jogadoras recebem dos seus clubes ajuda de custo somente em acordos pontuais de prestação de serviço para disputar campeonatos e, assim, não têm salário fixo.

Não são apenas atletas menos badaladas que recebem ajuda do Governo Federal. Marta, eleita pela Fifa a melhor jogadora do mundo por seis vezes, sendo cinco de forma consecutiva, também recebe o Bolsa Atleta. A atacante do Orlando Pride, dos Estados Unidos, está inscrita na categoria Olímpica.

Seis jogadoras do elenco que disputará a Copa do Mundo não são contempladas no programa federal: Formiga, Daiane, Debinha, Kathellen, Luana e Ludmila. Todas atuam na Europa.

Fonte: Estadão

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