quinta-feira, 10 de outubro de 2019

PAPO R14: RENNAN WESLLEY, DO CEARÁ PARA O FUTEBOL ALEMÃO


Para Rennan Weslley, o futebol não é somente aquele esporte que passa na TV ou que ocasionalmente vamos até o estádio para acompanhar uma partida. Tão pouco é o esporte da pelada de final de semana ou o assunto principal na conversa entre amigos. É mais que isso! Para Rennan o futebol é vida, liberdade, felicidade, vocação e paixão. É dentro do campo, defendendo as cores do time dele, que o atleta se sente realizado.


Tal paixão e amor por chutar a bola começou cedo. Rennan Weslley Ribeiro Cunha nasceu em Fortaleza (CE) e desde criança foi envolvido e incentivado pelo pai Olegário Cunha a jogar futebol, a bola ainda era grande para ele quando começou a dar os primeiros chutes.


Rennan até chegar à Alemanha construiu uma carreira entre altos e baixos e de conquistas pessoais, mas aos 18 anos teve que tomar a decisão mais difícil, de seguir com o sonho no futebol ou servir ao chamado na igreja ao qual se congrega. Durante 2 anos foi servir o chamado e retornou decidido a lutar novamente pelo seu sonho no futebol. A convite do Darlan Pontes (professor e amigo) conheceu a Hattrick Academy (empresa de intercâmbio esportivo que seleciona, prepara, educa e orienta estudantes-atletas de 15 a 23 anos) onde se preparou e surgiu a oportunidade de atuar na Alemanha.

Aos 22 anos, fez um grande trabalho na equipe do Mülheimer 97 FC, da cidade de Mülheimer que é um distrito de Duisburg pela  Bezirksliga  2018/2019, ele tem vivido a experiência de jogar no exterior, conhecer novas culturas, países e de estar correndo atrás de seu sonho de ser jogador de futebol. Rennan com muito trabalho e disciplina tem conquistando seu espaço no futebol de campo internacional.

Embora remunere bem seus bons jogadores, o futebol alemão não é famoso pelas contratações milionárias, nem por contar com os maiores craques da atualidade – fama atribuída aos campeonatos espanhol, italiano e inglês. Porém, tem um futebol reconhecido internacionalmente por sua organização, profissionalismo dos dirigentes e competência em punir envolvidos em casos de corrupção nos gramados.

No momento, Rennan está morando junto de sua esposa nos EUA, se preparado tecnicamente e fisicamente para uma nova oportunidade no futebol e tendo experiências no lado educacional.

BATE BOLA COM RENNAN WESLLEY:

Como começou a sua paixão pelo futebol?

Minha paixão pelo esporte começou muito novo quando tinha apenas alguns anos de vida. Meu pai aos sábados me levava para ver os jogos deles a Várzea de Fortaleza. Mas como um bom amante do esporte eu não me contentava somente em ver, queria sempre jogar, mas era muito pequeno então antes dos jogos eu corria pra estava os goleiros e ficava chutando a bola para eles e foi aí que meu pai começou a ver que eu só queria saber de futebol. Ele por diversas vezes tentou me dar presentes como carrinho de brinquedo ou bonecos e eu nunca queria, só queria “bola de couro”. Era um amor incondicional.


Você era uma das promessas da base cearense, no seu melhor momento no Ceará onde estava para deslanchar de repente tudo mudou, o que aconteceu?

Então tive alguns momentos incríveis e inesquecíveis no futebol cearense. Lembro-me bem da época que estava no Ceará. Confesso para você que tive momentos bons, mas tive momentos em que quis parar de jogar futebol por causa de alguns acontecimentos que pra um garoto de 15 anos era dolorido. Porém nada diminui o sonho foi quando recebi um convite de ir ao Corinthians em São Paulo e com certeza foi o ápice da minha carreira, estava indo para São Paulo pra jogar pelo time do coração. Foi tudo muito bom, mas voltei a Fortaleza e fui convidado por um dos dirigentes na época a jogar o Campeonato Cearense Série A pelo Itapipoca. Aceitei sem pensar duas vezes. Foi outra experiência incrível.


Quais experiências e lições você tirou no período que esteve representado o estado do Ceará por um grande projeto de Fortaleza em grandes competições no estado de São Paulo?

Levar no coração e na mente o Estado do Ceará sempre foi um motivo de orgulho pois foi onde nasci e me criei e tenho um eterno amor por esse estado. As competições em São Paulo (que é o maior Centro esportivo do País) sempre trazem bastante experiência e conhecimento. Você conhece e ver jogadores e treinadores diferentes e isso faz com que sua mente abra pra mais informação e é que sua evolução começa dentro do Esporte.

Como foi tomar a decisão no seu melhor momento aos 18 anos com convite de vários clubes para poder fazer a missão de serviço da igreja?

Então essa parte é muito especial para mim, mas muitas vezes ouvi comentários dolorosos e até mesmo ofensivos, porém me orgulho disso. Na mesma época em que eu estava no Itapipoca eu descobri que tinha um cisto que é chamado de cisto pilonidal e ele estava localizado na minha coluna e o médico no qual me atendeu falou que teria que fazer uma cirurgia de emergência pra a remoção, Quando eu ouvi essas palavras parece que alguns sacos de cimento cairão sobre minhas costas, parecia que eu estava em um pesadelo ou que aquilo não era verdade. Porém não tive escolha e tive que fazer. Para resumir a história foram 6 meses de cama e nesse meio termo com uma hemorragia que quase me tirou a vida. Porém foi mais uma vitória que Deus me deu. Também nesse tempo de cama tomei a decisão de largar o futebol por dois anos e servir Deus em uma Missão Religiosa da Igreja na qual eu freqüento, que é a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Naquela época após essa decisão apareceram muitas oportunidades no futebol até mesmo você Professor Ronaldo me ofereceu uma oportunidade de ir a São Paulo passar por avaliações no Mogi Mirim, não sei se lembra disso. Porem eu já estava decidido a fazer a minha missão. Servir essa minha missão por 2 anos em São Paulo e foi os dois anos que mais aprendi em minha vida. Eu poderia ter jogado em milhões de lugares, mas nenhum deles e mesmo todos eles juntos poderiam ter me dado uma experiência como essa.


Como surgiu o convite para atuar no futebol alemão?

Então quando voltei da missão o amor pelo futebol não tinha esfriado, pelo contrário ele aumentou. Então estava procurando por oportunidades e um grande amigo lembrou-se de mim na época do Ceará que é o professor e grande amigo Darlan Pontes. Ele tinha e tem até hoje um Projeto de intercâmbio para atletas estudantes. Naquela época ele tinha portas abertas aqui nos EUA então fui até ele começamos os treinamento e os preparativos para embarcar para EUA, porém nesse meio termo o Darlan conseguiu fechar muitas parcerias e duas delas foram com a República Checa e Alemanha. O Professor Darlan me fez o convite de ir para República Checa, porém a data de embarca era importuna para mim, pois iria me casar alguns dias depois daquela dela e acabei passando essa oportunidade então continuei treinando, me casei alguns dias depois e quando estava na Lua de mel chegou o grande convite de ir para Alemanha. Conversei com minha esposa e decidimos que eu não devia perder essa oportunidade.


Quais as diferenças técnicas e estruturais do futebol alemão para o futebol brasileiro?

Pra falar a verdade existe somente uma diferença porém é a que move eles e faz com que tudo lá em relação ao esporte dê de “7x1” no Brasil. Se chama comprometimento com o Esporte. Isso move dirigentes e jogadores. Eles são amantes desse esporte de um jeito que me impressionou. Eles respiram futebol. Eu tive a oportunidade de assinar contrato com o Mülheimer 97 FC esse clube fica na Cidade de Mülheimer que é um distrito de Duisburg. O clube joga a liga chamada Bezirksliga não uma liga tão alta, porém tem muitos times de qualidade. Mas falando de estrutura era um time relativamente novo e que não jogava uma Liga tão alta, mas tinha um estádio de 15 mil pessoas e com salários em dias tanto de atletas como de funcionários. Falando da técnica é muito fácil dizer que o brasileiro nasci com o dom, porém falta a nos um pouco mas de vontade e pé no chão as vezes. Muitos dos alemães têm falta de técnica, porém são muito esforçados e dedicados ao futebol. Muitas vezes se via que muitos times não davam mais de 2 toques na bola. Era um futebol muito diferente, sem catimba, sem cai cai. Era um futebol de força e raça.


Quais os requisitos para se ter uma oportunidade em atuar no futebol alemão?

Não é fácil chegar a atuar pelo futebol Alemão, tive alguns amigos que foram comigo mas por algumas infelicidades não ficaram ou não quiseram ficar e voltaram ao Brasil. A maior dica que poderia dar era a questão mental e física. Questão física por conta do Futebol, sem condicionamento físico não joga lá. Como falei muitos deles não tem técnica, porém a força compensa muito. E questão mental é pra sua vida lá. Alemanha não é Brasil que sempre se tem um lugar pra ir ou familiares e amigos pra bater papo. Lá cada um no seu lugar os companheiros de clube só se viam em treinos e jogos. Na minha época tinha a sorte de ter 2 amigos brasileiros. Mas talvez em outro canto poderia ser diferente e aí precisar ter mente forte para pode suportar pressão e saudade. Eles não querem saber se você tá com saudade quando joga mal. Então não adianta somente querer jogar na Alemanha, tem que se qualificar pra isso.

2 comentários:

  1. Parabéns a meu amigo Ronaldo pela publicação da História do meu filho Rennan Weslley, tudo o que ele falou eu assinassino em baixo, ele não emplacou no futebol brasileiro porque infelizmenre tem que ter o AÍ, quem não tiver infelizmente não consegue implaimplacar nessa profissão, foi uma ótima entrevista eu só acrescentaria que ele teve uma passagem belíssima no meu Leão do coração.

    ResponderExcluir
  2. Conheco esse menino desde que ele era garotinho, estou muito orgulhosa de você Renan que o Pai celestial continue te abençoando por ter sido fiel a ele , e esta tendo as bençãos prometidas .vó vai chegar cada vez mais longe, continue sendo assim .

    ResponderExcluir