domingo, 3 de abril de 2022

MÊS DA CONSCIENTIZAÇÃO MUNDIAL DO AUTISMO: FALAR SOBRE AUTISMO FACILITA BUSCA POR DIAGNÓSTICO E MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA

“Uma das coisas que me levou a procurar atendimento profissional foi o fato de chegar aos 18 anos de idade e não ter amigos”. A fala de Tiago Abreu, de 26 anos, é sintomática da realidade das pessoas que recebem o diagnóstico de autismo apenas na idade adulta e, durante muitos anos, vivem sem entender porque se sentem socialmente desconexas.

O TEA (transtorno do espectro autista) pode se apresentar de diversas formas e intensidades, mas a dificuldade de comunicação e interação social é geralmente uma característica compartilhada por todos os autistas, conforme explica a neuropsicóloga Joana Portolese, coordenadora do Ambulatório de Autismo do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

O autismo pode ser diagnosticado desde os 16 meses da criança, segundo a neuropsicóloga, mas, em geral, as primeiras observações por parte dos pais são relatadas a partir do segundo ano de vida, e o diagnóstico na infância ocorre por volta dos 4 anos.

Além disso, a falta de gestos convencionais, como dar tchau, falar as primeiras palavras, ou mesmo movimentos motores repetitivos durante os primeiros anos de vida da criança também podem ser indicativos do transtorno.

No caso de Tiago, que comanda o primeiro podcast brasileiro produzido e apresentado por autistas – o Introvertendo – o diagnóstico aos 19 anos proporcionou não apenas a melhora da qualidade de vida, como um mergulho no autoconhecimento.

Além disso, ele também é autor do livro “O que é neurodiversidade?”, termo usado pela primeira vez em 1998 pela socióloga australiana Judy Singer, que aborda o autismo e outros transtornos neurológicos como características inerentes ao ser humano, e não como doenças que precisam de cura.

Fonte: R7

Foto: Reprodução

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