Com uma população estimada em
1,4 bilhão e 438 línguas em uso no país, o futebol na Índia existe há bastante
tempo, mas só recentemente vem alcançando níveis que despertem interesse na
população e nos investidores, especialmente em função da necessidade de uma
opção de entretenimento barata e ágil, que atenda aos anseios de uma população
carente de diversão. As oportunidades mercadológicas para profissionais
estrangeiros são reais e o Brasil certamente tem muito com que contribuir na
expansão do produto de futebol naquele país.
O treinador Ivan Sousa vive há
cerca de três meses na Índia, foi contratado pelo clube indiano FC Imphal City.
Natural de Guarujá e com belos serviços prestados ao futebol brasileiro e ao esporte
de Araçariguama, ele é graduado em Educação Física, já foi jogador
profissional, possui a licença A da ABTF e atualmente, está cursando a licença
B da ATFA. Quando era jogador, atuou em equipes como Santos (SP), Inter de
Limeira (conquistando o título de Campeão Paulista Sub- 20), Cotia (SP),
Anapolina (GO) e São Roque (SP).
Ivan foi responsável por
descobrir alguns talentos, como os jogadores Anderson Salles (Campeão Paulista
pelo Ituano e Carioca pelo Vasco) e Douglas Cardozo (começou no Santos, jogou
no futebol alemão e hoje é técnico adjunto de uma equipe na Tailândia). Esses
dois atletas revelados são de Araçariguama.
Diferentemente do Brasil, na
Índia, o futebol é dividido em duas divisões e tem a participação de cerca de
20 equipes. Onde todos se enfrentam em dois turnos e os quatros melhores
classificados vão para as etapas finais. O futebol não é unanimidade na Índia,
fica atrás do críquete e do boxe.
A equipe FC Imphal City, que o
treinador trabalha é da cidade de Imphal, capital do estado de Manipur, e joga
na divisão de base. “Estamos preparando o elenco para disputar os torneios da
temporada, porém, com a pandemia do novo coronavírus não sabemos como eles
serão realizados e se serão completos”, ressaltou Ivan ao falar sobre a atual
situação do país.
Ivan não tinha como não deixar
de falar sobre a Covid-19 morando no segundo país mais populoso do mundo.
“Fiquei muito assustado quando recebi a notícia da chegada do novo vírus no
país. As primeiras informações eram de que todo mundo ia acabar infectado e
morrer”, relembrou. Ele então, decidiu se informar mais a cerca do assunto e
organizar sua rotina de trabalho, treinamentos e isolamento social.
Ivan contou que na Índia a
desigualdade social é até maior que no Brasil e o nível de pobreza é bastante
alto. “Uma Rupia, moeda indiana, vale menos de R$0,10. O povo indiano está
acostumado a viver com muito pouco, estão mobilizados na luta contra o
coronavírus e isso tem dado resultado. Da mesma forma que os indianos são
obedientes ao governo, o governo retribui da mesma forma. Aqui onde estou, eles
trazem comidas para as pessoas”, enfatizou.
Como forma de agradecimento, o
treinador não deixa de citar as preocupações com ele estando morando no país.
“Minha expectativa é de fazer um grande trabalho, peço a oração de todos aí no
Brasil. Que nossa vida volte ao normal o mais rápido possível”, concluiu.
Fonte: Gazeta de Araçariguama
/ André Boccato
Fotos: Arquivo Pessoal
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