A atividade esportiva deve ser
incentivada desde a infância, pois já é de amplo conhecimento os benefícios que
ela traz tanto para o desenvolvimento físico como para as funções cognitivas
das crianças, tais como memória e atenção. No caso de pessoas (crianças,
adolescentes ou adultas) com transtornos no desenvolvimento e demais
deficiências, o esporte ganha ainda maior relevância, atuando como uma
verdadeira terapia de estimulação cerebral e habilidades motoras.
Quando o assunto é inclusão
social por meio da atividade física, uma das referencias atualmente no Brasil é
o renomado Professor Daniel Carmo, graduado em Educação Física pela UNESA e
Mestrando em Ciências da Atividade Física pela Universo, ele é especialista no
trato a pessoa com deficiência através do exercício físico. É proprietário do
Espaço de Aprendizagem Motora Especializada no Rio de Janeiro para crianças,
adolescentes e adultos com deficiência. Daniel é também palestrante de cursos e
capacitações relacionado á atividades físicas adaptadas, além de atuar na
Assessoria Inclusiva.
Muito se fala inclusão
escolar, no mercado de trabalho, na comunidade como um todo. Mas a inclusão
também é no parque, no shopping, e porque não na piscina, nas aulas de natação.
Daniel Carmo dá aula de natação para pessoas com deficiências físicas e
autismo. Ele promove a inclusão desses alunos, enquanto os demais aprendem
sobre empatia e a lidarem com as diferenças.
Neste bate bola concedido por
email diretamente do Rio de Janeiro, o Professor Daniel Carmo que vem fazendo
um belo trabalho de inclusão esportiva sendo referencia para outros
profissionais em todo Brasil. Vamos conhecer um pouco da sua historia e
trajetória profissional, as contribuições e os desafios do esporte adaptado
para as pessoas (crianças, adolescentes ou adultas) com transtornos no
desenvolvimento e demais deficiências que nos ensinam todos os dias que não há
limites para ser feliz e que ser diferente é normal.
BATE BOLA COM DANIEL CARMO
Comenta um pouco da sua
trajetória profissional.
DC: Ao longo dos meus anos de
carreira decidi atuar no atendimento a pessoas com deficiência através do
esporte e do exercício físico. Hoje tenho a certeza que foi a melhor decisão
que pude tomar. Além da realização financeira pude também incluir minha plena
satisfação profissional, pois ver de perto o desenvolvimento de crianças,
adolescentes e adultos com síndrome de Down, paralisia cerebral, deficiência
intelectual, autismo a se desenvolverem em aspectos motores, cognitivos,
sociais não tem preço.
Quando começou a atuar e
trabalhar com a inclusão esportiva voltada para o desenvolvimento de pessoas
com Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
DC: Quando falo que fui
escolhido, foi exatamente assim. Decidi atuar com alunos com autismo quando
tive a oportunidade de dar aula para um aluno com autismo severo na fase
adulta, ou seja, um desafio enorme, onde fui me adaptando, estudando para ter
subsídios para implementação tanto em atividades aquáticas quanto em solo. E
podemos ver, junto a seus familiares, que a melhora era nítida, tanto da
redução de auto agressão quanto em guando de habilidades para auxiliar assim na
sua autonomia.
Quais as contribuições do
esporte adaptado para a inserção social das pessoas com autismo?
DC: Quando falamos nas
contribuições, nos benefícios da prática de atividade física e esportiva para
pessoas com autismo, precisamos sempre nos basear na literatura científica.
Hoje podemos falar que o exercício físico é considerado uma pratica com
evidencia no auxilio a pessoa com autismo como melhora na comunicação,
cognição, autonomia, rendimento acadêmico, socialização e motricidade em
diversas faixas etárias. O esporte se não for, é uma das melhores ferramentas
de inclusão que existe. Basta oportunizar.
Quando surgiu a ideia de
idealizar e oferecer cursos online voltadas para o desenvolvimento de pessoas
com autismo?
DC: De uns anos pra cá, vi a
necessidade do suporte técnico no auxilio ao Professor de Educação Física para
atuar com alunos com autismo através dos esportes. Há algum tempo era escasso
essas formações como curso, palestras e capacitações, e hoje levanto essa
bandeira pois sem capacitação não ha inclusão efetiva nem desenvolvimento.
Ministro cursos presenciais pelo Brasil onde posso passar minha experiência e
prática alem do fomento das práticas baseadas em evidencias. Hoje a ideia dos
cursos online é dar oportunidade a estudantes, profissionais de saúde e
educação e pais de pessoas com autismo desde o norte ao sul do país. Alem disso
foi uma forma de dar suporte as pessoas em época de pandemia e isolamento
social. Quando voltarmos a prática precisaremos está preparados.
Explica como funcionam suas
palestras e assessoria inclusiva.
DC: Funcionam como forma de
informação e conscientização, acredito que a informação é a melhor arma contra
o preconceito e a intolerância. Sou convidado por associações de pais de
autistas, secretarias de educação para capacitação de profissionais da rede municipal
e estadual. Mostrando que o esporte e as atividades físicas podem contribuir
junto a equipes multidisciplinares formado por pedagogos, psicólogos,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e familiares.
Deixa uma mensagem para nossos
leitores.
DC: Gostaria de agradecer a
oportunidade e parabenizar pela iniciativa, pois canais como esse auxiliam e
muito no processo de inclusão. Precisamos nos unir, nos fortalecer, pois as
pessoas com autismo precisam de respeito, inclusão e práticas que caminhem nesse
sentido. Juntos somos mais fortes.
Conheça mais sobre o trabalho
do Professor Daniel Carmo:
Contato: (21) 96492-8786