Pés descalços, campinho de
terra batida. A periferia ainda é o maior celeiro de talentos do futebol
brasileiro. É o que demonstra um levantamento feito pela reportagem do Brasil
de Fato, baseado em imagens de arquivo, sínteses de entrevistas e relatos dos jogadores
e familiares, concedidos ao longo da carreira.
A maioria dos jogadores
convocados pelo técnico Tite para a Copa do Mundo 2018 vêm da região
metropolitana de grandes centros urbanos das regiões Sul e Sudeste, de
municípios interioranos distantes da capital, sem infraestrutura adequada, ou
de bairros com altos índices de criminalidade e baixos indicadores sociais.
São, de modo geral, filhos de
trabalhadores braçais, mal remunerados, com anos de escolaridade inferiores à
média brasileira. Só não seguiram o mesmo caminho dos pais devido ao esporte.
Mesmo no mundo do futebol,
eles são exceção. Cerca de 82% dos jogadores profissionais brasileiros ganham
menos de R$ 1.000 por mês.
Dos 23 convocados para a Copa,
19 jogam em grandes clubes da Europa. Todos recebem mais de cem salários
mínimos, entre remuneração fixa, direitos de imagem e patrocínios.
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