domingo, 19 de dezembro de 2021

ENTIDADES REPUDIAM PROPOSTA DE ELETROCHOQUE EM AUTISTAS POR ÓRGÃO VINCULADO AO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Mais de 50 entidades e grupos atuantes nas áreas da psiquiatria, psicologia e direitos humanos publicaram na sexta (17) nota de protesto contra um documento elaborado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que é vinculada ao Ministério da Saúde, sugere o uso de eletrochoque para tratamento de casos graves de autismo.

Conhecida por eletroconvulsoterapia, a técnica usa uma corrente elétrica a fim de produzir uma convulsão generalizada a fim de controlar o comportamento do paciente. Esse tipo de procedimento é defendido pela Conitec para tratar comportamentos agressivos de pacientes do espectro autista no Brasil.

Mas, segundo as entidades que assinam a nota de repúdio, o método, além de arcaico, viola a convenção dos direitos humanos e é considerado como tortura pela própria ONU (Organização das Nações Unidas).

Embora apontada como recurso para tratamento de pacientes com depressão grave, a eletroconvulsoterapia no passado foi associada a torturas em pacientes e abusos cometidos por profissionais de hospitais psiquiátricos.

Em 2013, um relatório da ONU apontou que o uso do tratamento com choque para controlar o comportamento de pacientes violava a convenção da ONU contra a tortura.

Desde o dia 8, quando a consulta pública sobre o novo PCDT foi aberta, um manifesto de repúdio reúne 460 entidades e mais de 9,2 mil assinaturas contra a regulamentação da terapia no Sistema Único de Saúde.

Em nota, o Ministério da Saúde ressaltou que a proposta de atualização do protocolo para tratamento do comportamento agressivo no TEA não recomenda o uso de ECT e EMT, afirmou que o documento é preliminar e que as contribuições da sociedadé durante o processo de consulta pública serão consideradas para elaboração da proposta final do texto.

Fonte: UOL

Foto: iStock

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