Nos últimos anos, a
conscientização acerca dos direitos da pessoa autista tem ganhado o espaço na
sociedade. Embora tal enfoque tenha vindo depois de muita incompreensão, é
louvável que a atual geração já comece a ter o reconhecimento que esse grupo
merece.
Contudo, ainda é preciso saber de muitas maneiras que podem facilitar o acesso de quem tem o autismo a atividades sociais. As ações de inclusão podem começar em casa, em situações que farão com que a criança, o adolescente ou o adulto possa ser inserido em atividades que podem trazer ao autista e a seus familiares resultados muito satisfatórios.
Inclusão pela lei
Em 2014, as pessoas com autismo ganharam um respaldo muito importante no que diz respeito ao acesso a vários serviços aos quais elas têm total direito. A Lei 12.764/2012 foi regulamentada pelo Decreto Presidencial 8.368/2014 e ela garantiu por lei a qualificação e a acessibilidade aos serviços públicos do Sistema Único de Saúde (SUS), da educação e de proteção social para pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo.
Infelizmente, como tudo isso é muito recente, ainda é comum que jornais e ONGs denunciem casos de escolas particulares que negam o ingresso de um estudante autista ou até cobrem valores adicionais por essa condição. Há também escolas públicas que não têm profissionais capacitados e muito menos uma preparação pedagógica que possa acompanhá-lo dentro de suas necessidades.
O que se pode fazer para estimular a inclusão social do autista?
A notícia boa é que existem várias maneiras de tornar o autista parte das atividades realizadas por outras pessoas. O detalhe é que tudo depende de muita compreensão e deve acompanhar o tempo dele.
O ambiente familiar é, em
primeiro lugar, o mais indicado para auxiliar o autista. Para começo de
conversa, o carinho e a paciência devem vir antes de tudo. Os pais, os
familiares e a equipe responsável pelo tratamento conhecem quais são os pontos
que significam desafio para a pessoa autista, então é preciso saber como
trabalhá-los, mas de forma que possibilite a inclusão. Sendo assim, seguem
algumas dicas importantes:
– Nunca impeça a criança de brincar
Quando você perceber que a criança autista quer se juntar às demais, não impeça. É importante que ela se sinta motivada. É muito comum que o pequeno se sinta inibido também, uma boa sugestão é induzir que as outras crianças o convidem para a brincadeira. Basta apenas explicar que o autista tem algumas diferenças, mas que não impedem, de maneira nenhuma, que sejam amigos.
– Conscientize o grupo ao qual ele será incluído
Informação é tudo. Sendo assim, é importante que o grupo de colegas saiba quais são as características (como as hipersensibilidades) que o autista pode apresentar, assim como algumas mudanças de humor. Tudo isso é imprescindível para que todos saibam que o autista é uma pessoa comportamentos especiais e merece total respeito.
– Pode ser carinhoso, mas respeitando o espaço
Uma das características que os autistas podem apresentar é o fato de não gostarem da sensação de enclausuramento. Isso significa que os abraços e outros apertos não são tão legais assim para eles. Contudo, outras demonstrações de carinho podem ser feitas, como o entendimento de suas condições e o convite a outras atividades.
– Conscientização social
Em tempos de redes sociais e acessibilidade comunicacional, nada melhor que estabelecer canais que promovam a conscientização para um público maior. O conhecimento é fundamental para que haja respeito, compreensão e amor.
– Nunca subestime um autista
Se por um lado, o autista pode ter algumas limitações, por outro ele pode ser surpreendentemente brilhante. Procure identificar em que ponto ele desenvolve suas habilidades e tente fazer uma aproximação do autista com os outros que estão por perto.
É importante sempre lembrar que o autista não pode viver em uma bolha, isso significa que toda forma de interação é bem-vinda, respeitando-se sempre suas condições.
Fonte: Instituto NeuroSaber
Foto: Reprodução
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