Força, destreza, equilíbrio e
talento artístico, estas são algumas das habilidades exigidas aos patinadores.
Um esporte-arte que o gaúcho Arthur Alcorte domina e aprimora a cada dia.
O jovem de 16 anos vem fazendo
história e trazendo muitas alegrias ao esporte brasileiro, a última delas foi
ano passado quando conquistou o 8° lugar durante os Jogos Mundiais de Patinagem
(World Roller Games), em Barcelona, na Espanha, este campeonato mundial é
considerado o maior evento de rodas do planeta, que reuniu um total de 4.120
atletas de 81 países.
O garoto começou a patinar com
4 anos de idade e tornou-se um atleta de alto rendimento em 2011, quando tinha
8 anos. Desde o jardim da infância estuda no Colégio Adventista de Porto
Alegre, e hoje, já no ensino médio, tentando se organizar para manter a rotina
com os treinos e os deveres escolares. Conciliar os estudos e os treinamentos
requer uma maior atenção e dedicação, devido ao calendário muito extenso da
patinação.
Para ele ir competir, parte do
princípio de tirar boas notas antes. Com sua agenda de treinos e viagens,
Arthur explica que precisa se planejar com os professores e recebe ajuda da
coordenadora pedagógica para ajustar horários e datas, caso seja necessário.
Arthur está entre os 10
melhores patinadores do mundo e já ganhou diversos títulos em sua carreira. No
seu currículo, estão vários títulos regionais, brasileiros, pan-americanos e
sul-americanos.
Numa caminhada de treinamentos
e vitórias ninguém conquista algo sozinho, sempre existirá pessoas que serão
importantes nessa trajetória e o jovem patinador é muito bem orientado e
assessorado por uma equipe de grandes profissionais como a nutricionista
Fernanda Philbert Alves (cuida de sua dieta), a Verbena Manipulação (fornece a
sua suplementação alimentar) e a BPro Treinamento (cuida de sua preparação
física).
Atualmente o atleta treina e
dá aulas na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), junto com o grupo
Esportivo Arte e Movimento. “Esse esporte é apaixonante, é um esporte que
sempre te traz novos desafios, sempre muda e evolui cada vez mais”, relata.
Neste bate bola concedido por
email diretamente de Porto Alegre (RS), vamos conhecer um pouco mais da
trajetória do campeão de Patinação Artística Arthur Alcorte que está entre os
10 melhores patinadores do mundo, ainda vamos escutar muito esse nome
futuramente nas olimpíadas e eventos internacionais.
BATE BOLA COM ARTHUR ALCORTE:
Como aconteceu a tua paixão
pela patinação?
AA: Minha trajetória esportiva
começou cedo, aos quatro anos de idade. Eu praticava ginástica artística e no
mesmo clube há aulas de patinação. Recebi o convite da minha técnica para
assistir uma apresentação de final de ano, onde pude conhecer e ver o atleta
Marcel Stürmer (considerado o mais importante patinador da história do país)
patinando. Pouco tempo depois ingressei nas aulas de patinação e com 5 anos
participei da minha primeira competição.
Quando e como surgiu a
oportunidade de representar o Brasil?
AA: Representei o Brasil pela
primeira vez no ano de 2013, quando ingressei para a Categoria Internacional,
num Campeonato Sul-Americano de Patinação Artística, que aconteceu em Santiago
no Chile. Desde então, já recebi sucessivas convocações para representar o País
em campeonatos Sul-americanos e Pan-americanos. Também consegui representar o
Brasil em dois campeonatos mundiais: 2018 na França e 2019, no World Roller
Games, realizado em Barcelona na Espanha, onde obtive a oitava colocação na
categoria Livre Júnior Internacional. Estar entre os dez melhores classificados
num campeonato mundial já é uma grande vitória para um esporte individual.
Como são os seus treinos e
preparação?
AA: A rotina de treinos está
dividida em duas etapas: a pré-temporada e a temporada de competições. Durante
a Pré-temporada, realizamos o trabalho de base, ou seja, treinamos muito e
buscamos aprender movimentos novos. Já na Temporada, buscamos o aperfeiçoamento
do que aprendemos durante a pré-temporada, buscando encaixar os elementos nas
coreografias e montar as nossas estratégias para cada campeonato que
participaremos. Realizo além dos treinos diários na quadra um trabalho de
preparação física, acompanhamento periódico com minha nutricionista e meu
fisioterapeuta.
Qual a importância do apoio da
tua família na sua vida esportiva?
AA: Meu sucesso na carreira
esportiva só foi alcançado porque minha família foi um alicerce. Meus pais
cobram meu empenho e comprometimento na escola e durante os treinos. Quando
tinha 9 anos ingressei na categoria internacional da patinação artística e
desde lá minha família tem ajudado a me manter no esporte, com o pagamento de
viagens para competições e treinamentos no exterior de aperfeiçoamento.
Você tem algum tipo de
patrocínio ou auxilio financeiro?
AA: Não possuo nenhuma ajuda
financeira, mas nessa caminhada consegui receber apoio de profissionais muito
especiais, entre eles, a minha nutricionista Fernanda Philbert Alves, que cuida
da minha dieta, a Verbena Manipulação que fornece minha suplementação alimentar
e a Bpro Treinamento Físico Funcional, que cuida da minha preparação física.
Espero que até o final deste
ano o Governo Federal facilite o acesso aos recursos da Lei de Incentivo ao
Esporte e ao Bolsa Atleta, que há vários anos tento acessar, sem qualquer
sucesso.
Quais são as suas referencias
ou ídolos na patinação?
AA: Os grandes ídolos
brasileiros da minha geração e os que mais influenciaram na minha carreira de
patinador foram: Marcel Stürmer, Gustavo Casado e Carlos Radtke, esses 3
patinadores destacaram-se em vários campeonatos internacionais representando o
nosso país.
Você está entre os 10 melhores
patinadores do mundo e tem em seu currículo títulos importantes com resultados
significativos. Quais são os seus próximos objetivos?
AA: Meu objetivo principal
neste momento é retomar os meus treinamentos e a forma física após a pandemia,
já que todos os atletas estão respeitando as orientações de isolamento social e
com os treinos suspensos. Mas os objetivos traçados para a temporada de 2020,
caso seja possível neste ano manter o calendário de competições, são conquistar
novamente uma vaga para o próximo Campeonato Mundial e tentar melhorar minha
colocação.
Fotos: Arquivo Pessoal