Não é incomum o desejo de
morar, estudar e trabalhar fora do país em uma situação que te deixe próximo de
suas paixões, ainda mais se for nos Estados Unidos, destino preferido dos
turistas e o maior mercado esportivo do mundo. Um desses casos é o do brasileiro
Rafael Fagiani, nascido em Fortaleza que foi estudar nos Estados Unidos, se
tornou jogador e hoje é Sales Manager de uma grande empresa
norte americana.
Como jogador registrou números
impressionantes dentro de campo e se tornou um dos poucos brasileiros a
conquistar entre 2011 a 2013 os títulos de Campeão do Estado, Campeão do
Distrito e acessos aos nacionais no futebol universitário pela Universidade
Iowa Western Community College que fica no norte dos EUA.
O sucesso na equipe de futebol
da Universidade lhe deu bolsa integral para estudar administração na
Universidade do Alabama, chegou a jogar a 2ª Divisão Profissional da Liga
Norte-Americana de Futebol, a NASL (North American Soccer League).
Rafael mora na Florida e está
casado com a americana Rebekah Kay Fagiani que é professora e treinadora.
Formado em Administração de empresas pela Universidade de Iowa, ele está se
especializando em Comércio Exterior por uma Universidade na Florida.
BATE BOLA COM RAFAEL FAGIANI:
Como foi o processo para você
ir estudar e jogar nos EUA?
Eu estava no Brasil bem
frustrado com o futebol e ouvi falar de um amigo que iria participar de um
processo seletivo para estudar e jogar futebol nos EUA. Eu não estava muito
interessado, mas sempre tive pessoas ao meu lado que acreditavam no meu
potencial como, minha família e o professor Ronaldo Lima, que na época tinha o
projeto atleta nota 10. Minha mãe me convenceu a fazer uma seletiva no Rio de
Janeiro. Fui muito bem nos jogos, o que despertou o interesse de 9
universidades americanas. A partir dai, cresceu a vontade da minha parte,
tranquei a faculdade e me dediquei 1 ano somente ao inglês, pois teria que ir
bem nos testes. Depois de fazer as provas, tomei a opção por uma universidade
em Iowa, Norte dos EUA, pelo fato de a estrutura da universidade ser muito boa
e o time de futebol estava em ascendência.
Quais as dificuldades
encontradas e superadas nesse período de estudo e trabalho nos EUA?
Primeiro queria ressaltar
Deus. Sem ele eu não teria chegado aqui nem continuado, ele fez coisas
tremendas e milagres enquanto estava nos EUA que eu poderia ate escrever um
livro sobre isso. Quando cheguei nos EUA, vi que teria que me esforçar muito. A
comida era diferente, e a cultura também. Na época tinha uma namorada que na
verdade era uma pessoa maravilhosa, mas a saudade de tudo, so fazia dificultar
mais ainda. O clima era bem quente e seco, pois era o fim do verão, e já no
inverno muito frio. Mas no fim de tudo, eu estava em impressionado com toda a estrutura
e suporte que eles me deram. Quando ao futebol, infelizmente me machuquei na
pré-temporada, desapontando muito meu treinador. Essa lesão me fez querer
desistir, pois quando me recuperei não estava tendo chance e tinha que
recuperar a confiança. Nessa época minha família foi muito importante, porque
tudo que eu queria era voltar para o Brasil. As palavras de encorajamento me
fortaleceram muito. Para resumir, consegui minha vaga no time de volta, tive a
oportunidade de marcar um dos gols mais importantes que levou minha equipe aos
nacionais, e ter um ano maravilhoso aonde colecionei títulos na primeira
temporada. No meu segundo semestre eu decidi me mudar para um prédio da
faculdade aonde não tinha brasileiros, pois lá poderia trabalhar e melhorar meu
inglês. Depois do meu primeiro ano, surgiu interesse de outra Universidade no
Alabama, aonde consegui bolsa de 100% e ajudar meus pais financeiramente.
O que ti levou a abrir do
esporte e se dedicar totalmente ao teu trabalho?
Aqui nos EUA você tem várias
oportunidades, tanto profissionalmente quanto no esporte. Depois dos meus 4
anos eu tinha como objetivo de dar um tempo no futebol e crescer
profissionalmente. Tive a oportunidade de jogar divisões menores, mas meu foco
estava no trabalho e não queria mais arriscar porque eu estava prestes a casar.
O futebol me deu tudo aqui, mas vi que era hora de investir em uma outra área
da minha vida que eu tinha certeza que iria ser melhor para mim e para minha
família.
Qual a importância da sua
família no teu processo de crescimento pessoal e profissional?
Quando falei para minha
família que iria focar no meu trabalho, eles me apoiaram completamente. Minha
esposa, que conheci na faculdade, foi uma das pessoas que mais me ajudou e me
apoiou em minhas decisões. Hoje meu inglês e fluente e estou muito satisfeito
com as decisões que tomei.
Hoje está mais fácil o garoto
ir estudar e jogar nos EUA do que na sua época?
Hoje existem muitas empresas
que ajudam garotos a vir estudar e jogar aqui nos EUA. Com certeza está mais
fácil, mas tudo vai depender de você mesmo, como vai lidar com a cultura, tem
também o financeiro que pesa muito, ate mesmo pelo fato de o dólar este bem
alto, mas no final de tudo, informação é o que não falta, então depende do seu
esforço. Mas eu diria que os principais seriam, foco no esporte e na língua.
Quais os requisitos que o
garoto brasileiro precisa para estudar e jogar numa grande universidade
americana?
Existem vários requisitos
quanto ao futebol. O futebol nos EUA cresceu muito, e aquela mentalidade de que
o Brasileiro vai chegar aqui já jogando não existe mais. Existem varias
universidades de baixo nível que aceitam qualquer jogador, mas uma de bom conceito
o atleta tem ser muito focado fisicamente e tecnicamente e ter um bom inglês.
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