Assim que uma criança começa a
chutar e praticar os primeiros toques em uma bola, costuma-se dizer que ela
está dando os primeiros passos no futebol. Quando se trata da comunidade
carioca do Morro da Mineira, pode-se dizer que essas caminhadas são, literalmente,
cheias de energia – ou, melhor ainda, iluminadas. Localizada no bairro do
Catumbi, no centro do Rio de Janeiro, a vizinhança possui o primeiro campo de
futebol do mundo cujos refletores são abastecidos pelo peso das passadas dos
próprios jogadores.
Tradicional ponto de encontro
da comunidade, o campo da Mineira tinha piso irregular e ficava às escuras
justamente no único horário em que a maioria das pessoas pode jogar: à noite,
depois de um dia de trabalho ou estudo.
Na vizinhança encravada no centro
do Rio de Janeiro, o campo de futebol é muito mais do que uma praça esportiva.
É a principal área de lazer não só dos cerca de 22 mil habitantes da Mineira,
mas também de todo o Complexo de São Carlos – que possui outras quatro
comunidades. Se já era utilizado por crianças e adultos mesmo quando estava
esburacado, o gramado significou vida nova para a região depois de reformado.
“As comunidades aqui do Rio,
em geral, são lembradas pela violência. Com a reforma do campo, ganhamos
visibilidade e recebemos turistas e imprensa do Brasil e do mundo”, diz Pedro
Paulo Ferreira, presidente da Associação de Moradores da Mineira desde 2012.
“As pessoas de fora tiveram a oportunidade de conhecer aspectos positivos da
comunidade, e essa foi a maior contribuição que nós tivemos em relação à
implantação do campo. Aqui a gente tem bloco carnavalesco, atividades
culturais, biblioteca e até turma de jiu-jitsu com uma campeã sulamericana”.
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