O esporte é uma ferramenta
poderosa de inclusão social, transformação de vida e superação. Histórias de
pessoas que enfrentaram grandes desafios até encontrarem nas práticas
esportivas um motivo para acreditar e seguir em frente são comuns.
O cearense Robson Luiz é um
desses exemplos. Ao longo de sua trajetória, o carateca precisou superar
inúmeros obstáculos. O mais difícil deles foi o alcoolismo. Paralelamente,
havia o caratê, que inicialmente era apenas uma distração.
Em pouco tempo, contudo, o
esporte se tornou essencial em sua vida, servindo como um refúgio para lidar
com as dificuldades. "Tive um problema no joelho esquerdo, depois na
coluna. Veio a pandemia, peguei Covid... Foi então que pensei: preciso fazer
alguma coisa."
A motivação para se dedicar às
artes marciais era clara: renascer. Robson, no entanto, foi além. Ele se
comprometeu a se tornar um atleta profissional e a ser o melhor naquilo que
fazia. E conseguiu. "O alcoolismo foi minha maior motivação. Eu já
praticava caratê por gosto, mas resolvi me dedicar de verdade e ser um
atleta", explicou.
Apesar da humildade
evidenciada na voz, Robson brilhou. Em sua estreia em uma competição nacional,
conquistou o lugar mais alto do pódio em duas categorias, em torneio realizado
na cidade de Natal (RN), entre os dias 21 e 24 de novembro.
A idade, de 47 anos, nunca foi
um obstáculo, embora ele reconheça que enfrenta preconceitos, principalmente
quando se fala em apoio financeiro para competições.
Essa visão é compartilhada por
seu sensei Mestre, em japonês , Ossian Leite. Para o professor, nunca é tarde
para começar. "Qualquer idade é válida para iniciar no esporte. O caratê é
uma prática repetitiva que, com o tempo, aprimora o corpo por meio de
exercícios físicos intensos", destacou.
O ano de 2025 está começando e
traz novos desafios. O Ceará sediará dois importantes campeonatos de caratê: o
Campeonato Brasileiro e o Campeonato Pan-Americano. Robson já provou que nem
problemas com álcool, nem cirurgias, nem a idade são capazes de deter sua
determinação.
Fonte: OPOVO
Foto: Aurélio Alves/Jornal O
POVO